Estes últimos dias de férias têm sido para mim dias de reflexão. Tenho observado as pessoas ao meu redor, o seu comportamento e a maneira como interagem umas com as outras. E tem sido muito interessante e curioso.
Conclusione:
Vivi e vivo na hipocrisia.
A sociedade é hipócrita.
As autoridades que dirigem a sociedade também o são.
Todos os dias sou confrontada com essa realidade obscura e de tanto conviver com ela, já não vejo obscuridade.
Olho em volta e vejo pessoas.
Pessoas sem destino.
Sem ponto de partida.
Pessoas à deriva.
Pessoas essas que descrevem o mundo como um lugar desprezível, mas nada fazem para que se torne habitável.
Eu era assim -.-
Sim, eu já vi o mundo com outros olhos.
Nesse mundo eu tinha uma vida plena.
Embora dependente.
Era um Mundo belo, agradável para qualquer criatura.
Um mundo que espelhava a alegria da minha alma, do meu ser.
Mas o mundo abanou-me, sacudiu-me, magoou-me.
Fez-me vê-lo como tem sido, é , será.
Vejo-o agora pelas suas feridas e cicatrizes profundas.
Não é bonito!
Já vi o mundo como a poesia: uma arte estética.
Portador de uma beleza inconfundível, infinita, indescritível.Expressava as minhas emoções, sentimentos, sentidos
Tornava visível o abstracto do meu ser.
O abstracto da minha realidade
Mas já me deixei disso...
Vejo o mundo.
Não gosto do que vejo.
Um mundo desigual.
Sujo!
Mundo solitário
Cheio de escombros, ruidosos
destituído de afectos.
Mundo solitário
Cheio de escombros, ruidosos
destituído de afectos.
O sonho de um outro mundo faz-me melhor.
É belo
É simples
É puro!
O mundo que vejo, massacra-me, provoca-me
Não faz parte de mim.
É belo
É simples
É puro!
O mundo que vejo, massacra-me, provoca-me
Não faz parte de mim.
Objectos, conforto, requinte.
Tudo a meu dispor.
Tudo coisas que me humilham.
Por depender delas.
Para não me sentir infeliz.
Embora me sentindo infeliz, apesar delas...
Tenho o que não preciso.
Faço o que não devo
Orgulho-me do que não tenho.
Tenho o que não preciso.
Faço o que não devo
Orgulho-me do que não tenho.
Vivo numa ilusão.
Ilusão permanentemente enganosa.
Não me importo!
É de onde saio.
É para onde regresso.
Inescapavelmente.
Bonita ou feia.
Com ou sem atalhos.
A minha verdadeira morada «MUNDO IMAGINÁRIO».
"Façam o Favor de Serem Felizes"- Raul Solnado
2 comments:
É bom sair das nossas ilusões por um bocadinho e ver a realidade nua e crua. Só para termos um pouco de consciência de como são as coisas fora do nosso mundo. Belo post... Quero mais italiano no próximo!!
Pequeno reparo de indignação: porque é que o link para o site dos Muse está em último lugar na lista????
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